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2012 - Livro Vermelho 2013

Atractylocarpus longisetus (Hook.) E.B.Bartram EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 30-08-2012

Criterio: B1ab(iii)+2ab(iii)

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Apesar da ampla distribuição nos neotrópicos, no Brasil a espécie ocorre nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. É encontrada em altitudes que variam de 1.200 m a 2.700 m, em Campos de Altitude e Floresta Ombrófila Densa e Mista, ambientes que estão sendo degradados por atividades antrópicas, invasão de espécies exóticas e mudanças climáticas. Apresenta EOO de 547,32 km² e está sujeita a três situações de ameaça, considerando a perda e o declínio da qualidade do hábitat como principal ameaça.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Atractylocarpus longisetus (Hook.) E.B.Bartram;

Família: Dicranaceae

Sinônimos:

  • > Dicranum longisetum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente na obra The Bryologist 49: 110. 1946., atualmente faz parte da família Leucobryaceae (Costa, com. pess.).

Distribuição

A espécie não é endêmica do Brasil, apresentando ampla distribuição nos neotrópicos. Ocorre no México, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia (Frahm, 1991). No Brasil, a espécie ocorre nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Peralta, 2012; Costa, com. pess.). Foi registrada em altitudes que variam de 1200 a 2700 m (Costa et al., 2011).

Ecologia

Plantas eretas, com aproximadamente 15 mm, forma de vida do tipo coxim; rupícola, mesófita e higrófita, ocorrem em Campos de Altitude e Florestas Ombrófilas Densas/ Mistas, em solos úmidos ou tufosos, troncos podres ou na base de árvores (Frahm, 1991; Peralta, 2012) associadas ao bioma Mata Atlântica (Peralta, 2012).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade high
Detalhes SegundoHallinbäck; Hodgetts (2000), a perda e degradação de habitat são as mais sérias ameaçasàs briófitas em todo o mundo. A degradação reduz a qualidade do habitat,causando o desaparecimento das espécies sensíveis, já a fragmentação conduz aoisolamento das comunidades de briófitas, visto que a dispersão e a reproduçãosão diretamente afetadas. Além disso, a fragmentação e destruição do habitatrepresentam as maiores ameaças para espécies com distribuição restrita ouendêmica (Costa; Santos, 2009)

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes OsCampos de Altitude da Mata Atlântica, fitofisionomia onde a espécie ocorre, sofrem com as atividades antrópicasrealizadas em seu entorno e interior. A sensibilidade dos solos, rasos,facilita que processos erosivos entrem em curso; a remoção da vegetação tampãono entorno facilita a invasão de espécies exóticas invasoras com alto podercompetitivo, que uma vez instaladas, competem diretamente por recursos com aflora nativa; a mineração de granito-gnaisse e arenito alteramirremediavelmente o substrato, fundamental para o estabelecimento da brioflora;a crescente expansão urbana para áreas de encosta suprime ainda mais essesambientes e o desenvolvimento de técnicas agrícolas modernas tem permitido odesenvolvimento do que é chamado "agricultura de altitude" (ex. ocultivo de café no Estado do Espirito Santo, que tem atingido cotas de até 1200m); e aliada a isso, a flora dessas regiões apresenta uma alta vulnerabilidadeàs mudanças climáticas em curso (Martinelli, 2007).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo I da Instrução Normativa nº 6 de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo, portanto, considerada oficialmente ameaçada de extinção.A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida pela Fundação Biodiversitas (2005).

Referências

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- COSTA, D.P.; PÔRTO, K.C.; LUIZI-PONZO, A.P.; ILKIU-BORGES, A.L.; BASTOS, C.J.P.; CÂMARA, P.E.A.S.;. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia, v. 93, n. 3?4, p. 277?334, 2011.

- FRAHM, J.P. Dicranaceae: Campylopodioideae, Paraleucobryoideae. New York, NY: New York Botanical Garden, 1991. 273 p.

- PERALTA, D.F. Dicranaceae in in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB096155>. Acesso em: 10 maio 2012.

- COSTA, D.P. ET AL IN: STEHMANN ET AL. Briófitas - Musgos. Plantas da Floresta Atlântica. p.57-80, 2009.

- HALLINGBÄCK, T.; HODGETTS, N. Mosses, liverworts & hornworts: a status survey and conservation action plan for bryophytes, Gland, IUCN, 2000.

- MARTINELLI, G. Mountain Biodiversity in Brazil. Revista Brasileira de Botânica, v. 30, n. 4, p. 587-597, 2007.

- COSTA, D.P. Comunicação da especialista Denise Pinheiro da Costa, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ), para o analista de dados Eduardo Fernandez, Pesquisador do CNCFlora, em 15/10/2012, 2012.

- BARROS, A.A.M.; RIBAS, L.A.; ARAUJO, D.S.D. Trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, v. 60, n. 3, p. 681-694, 2009.

Como citar

CNCFlora. Atractylocarpus longisetus in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Atractylocarpus longisetus>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 30/08/2012 - 19:24:43